Resenha: Questões do Coração

Livro de Emily Giffin

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É interessante como a infidelidade sempre gera uma disputa entre os que cercam os envolvidos, ávidos por separar vítimas de culpados. Sempre? Em Questões do Coração, de Emily Giffin, o leitor tem a possibilidade de enxergar o tema de forma menos maniqueísta.

Na estória, de um lado temos Tessa, esposa de um renomado cirurgião pediátrico e mãe de dois filhos; do outro, temos Valerie, advogada e mãe solteira. Apesar de ambas morarem na periferia de Boston, as duas mulheres têm pouco em comum. Tessa desistiu da carreira em busca da felicidade doméstica, que parece ter encontrado ao lado de Nick, o estereótipo do marido perfeito; Valerie, por sua vez, carrega credenciais bem diferentes: é uma advogada que estudou em Harvard, mãe solteira de Charlie e, acima de tudo, desiludida no amor.

Suas vidas seguiriam em frente de forma inalterada se não fosse por um acidente, que torna Charlie paciente de Nick. Tal acaso, envolto em emoções, leva a um inesperado romance entre Valerie e o médico. A partir desse mote, a autora alterna os pontos de vista das duas personagens, mostrando como o universo dos sentimentos humanos – repleto de desejos incontroláveis, frustrações, inseguranças... - é complexo e difícil de julgar.

Emily Giffin

Enquanto Tessa questiona-se sobre o caminho escolhido para sua vida, Valerie substitui a apatia romântica pela afeição surgida por Nick, que, de certa forma, tenta racionalizar a atração extraconjugal. À medida que o leitor acompanha o desenrolar da estória e os dilemas emocionais dos personagens, ele vai notando que é possível compreender os motivos de cada um dos envolvidos. Quem sabe, em casos como esse, nem sempre haja bons e maus, coitados e covardes..., mas simplesmente seres humanos, santos e pecadores por natureza.

Ai, ai, ai!

Não posso deixar de fazer uma observaçãozinha chata. Na capa, a frase que reforça o título está com um grave erro de português. Está escrito: “As pessoas que você mais ama, são as mais difíceis de manter por perto”. Ora, “as pessoas que você mais ama” é sujeito, não podendo vir separado por vírgula do restante do período. Um pecado mortal de quem redigiu e uma omissão incrível do revisor.

É bem provável que meu texto sobre Questões do Coração não sirva de base para o leitor decidir-se por ler ou não o romance. Que bom! rs Não quero influenciar ninguém a comprar ou deixar de comprar o livro, mas apenas despertar uma certa curiosidade para uma estória que pode ter muito a dizer para os que gostam de ler com o coração.

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Para participar, é muito simples. Basta seguir o blog e comentar esta resenha. Quando atingirmos a marca de 400 seguidores (falta pouco, gente!), será feito o sorteio dos dois livros (Questões do Coração + Água para Elefantes) para um único ganhador. Espero vocês!

Beijinhos!