O gosto pela literatura vem de longe...

Revista em quadrinhos feita na infância

Nos anos 70, escrevi uma história para participar de um concurso literário promovido pelo Círculo do Livro. Para cumprir o regulamento, eu precisava entregar o trabalho batido à máquina. Então, chamei minha mãe, uma exímia datilógrafa, para fazer o serviço.

“Sergio, não se pula linha sem fazer novo parágrafo”, dizia ela.
“Não, mãe, o jeito que falei está certo”, respondia o patrãozinho sabichão.

Na história, um povo de certo planeta falava uma língua estranha (português ao contrário rsrs). E lá ia a pobre genitora escrever diálogos e mais diálogos de trás pra frente.

“Mãe, faltou um ‘i’ nessa fala ao contrário aqui”.
“Que merda, Sergio! Quem vai perceber isso?”
“Tá errado, mãe. Tem que corrigir.”

E a coitada rebatia uma folha inteira, cheia de diálogos invertidos.

“Mãe, agora tem um ‘a’ sobrando”.
“Chega, Sergio! Não vou bater mais p6##@ nenhuma”.

Hmmm... Magoei :( rsrs.

Sem ter outro cristo – digo, voluntário – para fazer o serviço, não me dei por rogado. Chamei meu irmão para transformar a história em uma revista em quadrinhos. Eu tinha uns 10 ou 11 anos; meu irmão, 9 ou 10.

Texto, diagramação e pintura ficaram a meu cargo. Os desenhos foram feitos por mim e por meu irmão (justiça seja feita, os melhores foi ele quem fez). Se não me engano, a “produção” é de 1979. Nela, há muitas pérolas, como a seguinte frase: “E eles fazerão (rsrs) uma arma de fogo com uma parte do sol que Saturno foi cortar, pois ele é o mais resistente ao sol” kkk (se bem que tem muita frase bacana se levarmos em conta que o autor era uma criança de 10 anos). Não deixem de ver as fotos da revistinha, clicando nas imagens deste post.

Um grande abraço!