Livro de Gustavo Araujo
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Poético e profundo, mas um livro para todos
Na tentativa de criar best-sellers, alguns escritores procuram aprender as chamadas fórmulas do sucesso (não faltam cursos para isso). De outro lado, há aqueles que defendem a busca do estado da arte, desprezando o comercialismo e seus truques baratos. Mas, como se costuma dizer, o bom senso não está no oito nem no oitenta, e sim no equilíbrio. Não há dúvidas de que “Pretérito Imperfeito” é voltado para uma plateia mais seleta, que compreende mensagens profundas, metáforas da vida, enredos singulares... Mas seria absurdo dizer que não é o tipo de livro capaz de seduzir um público mais abrangente. Quem sabe esteja na mesma categoria de “Trem Noturno para Lisboa”, que – apesar de sua trama diferente, com pitadas filosóficas e que transita entre o passado e o presente – tornou-se um fenômeno de vendas na Europa.
A história de “Pretérito Imperfeito” é desenhada aos poucos diante do leitor, mesclando eventos que acontecem em épocas distintas. Cada capítulo vai construindo uma parte da trama com lampejos soltos no tempo, sob o ponto de vista de personagens variados. Assim, as histórias de vida dos protagonistas, Toninho e Cecília, e dos adultos ligados a eles vão surgindo e se interligando pouco a pouco.