Livro de Emily Brontë
Olá, amigos!
Eu gostaria de lhes apresentar a moça aí ao lado, chamada Maynara Furlan (ou May Furlan). Eu a conheci no Skoob, quando lia algumas resenhas de meu livro preferido, o ultramaravilhoso “O Morro dos Ventos Uivantes”. Quem me conhece sabe que sou uma pessoa muito, mas muito crítica (com os outros e comigo mesmo). Não sou de elogiar ninguém por cortesia ou de forma vã. Se dou uma opinião positiva sobre algo, é porque fiquei realmente impressionado. E foi exatamente isso o que aconteceu quando comecei a ler os textos da May. Eles são vibrantes, inteligentes, coesos, interessantes e esteticamente atraentes. Fiquei encantado a ponto de convidá-la para ser uma colaboradora eventual do blog. Então, para iniciar, publico justamente a resenha que ela fez de “O Morro dos Ventos Uivantes”. Em meio à análise do livro, May faz críticas aguçadas sobre... Bem... Leiam! E não esqueçam de lhe dar as boas-vindas, deixando seus comentários.
"Heathcliff, it’s me, Cathy, I’ve come home. I’m so cold, let me in-a-your-window."
É tão fácil escrever resenhas sobre livros que não me agradaram!!! Nisso eu sou especialista (basta consultar minha resenha sobre “Marcada”), como, aliás, acho que qualquer outro ser humano seja. Criticar o trabalho alheio e enumerar os defeitos de uma obra é algo fácil de se fazer. Mas e quando o livro te agrada a tal ponto, que se torna o seu favorito? Como é possível elogiar algo que se funde com seu sentimento de tal forma, que em certos momentos você não é mais você, e sim a personagem que está na cena, perdida na Inglaterra do século XVIII?
Deparamo-nos com uma obra desse tipo quando nos deixamos levar pelos ventos ardentes e arrebatadores de “O Morro dos Ventos Uivantes”, único presente deixado pela célebre Emily Brönte.
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Apelação! |
Entrei em contato com a obra antes que esse clássico incrível fosse maculado devido aos “fãs” adolescentocas desmiolados de “Eclipse”, terceiro livro da série vampiresca purpurinada de Stephenie Meyer (tá, eu gosto da série de Meyer, mas que de vez em quando tenho um pouquinho de raiva, tenho... Principalmente pela injustiça cometida à minha banda predileta, MUSE. Quem é fã entende...). O meu “O Morro dos Ventos Uivantes” é em capa dura, que imita um couro avermelhado, com floreios dourados na capa, lateral dourada, 1º edição e provêm do ano de 1971!!! É o meu orgulhinho! Agora, navegando pelo Submarino, me deparo com uma edição desse livro maravilhoso, onde na capa encontro a seguinte citação: “O livro preferido de Bella e Edward da série Crepúsculo”. Nesse momento tive uma síncope, caí da cadeira do computador e tive vontade de botar fogo na editora “Lua de Papel”. Até hoje me pergunto como o fato do livro ser citado em “Eclipse” é relevante o suficiente para ser colocado na capa do livro! A única explicação, e temo estar correta, é que querem explorar ainda mais as pobres mentes alienadas das adolescentes, fazendo com que comprem o livro só para falarem que possuem o predileto do casal dentucinho, e que assim possam ficar debruçadas na janela, esperando um vampiro vegetariano que brilha na luz do sol pular para dentro de seus quartos cor-de-rosa.
Tá, chega do momento desabafo... Com certeza serei xingada por milhares de gurias por causa da minha opinião... Mas, é a vida.... Agora, partamos para a história em si!
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Emily Brontë |
O livro conta a conturbada história, não somente de amor, mas de obsessão, inveja e ódio entre Heathcliff, Catherine e a família Linton. Sentimentos que combinados só poderiam deixar destruição e mágoa por onde passassem. Descrevendo emoções arrebatadoras e muitas vezes primitivas, Brönte nos fez entrar nesse mundo hostil e ardente. Da maneira como escreve, a autora não nos dá espaço para condenar os cruéis atos cometidos pelo casal, muitas vezes perdoamos (mas não justificamos) suas crueldades devido ao passado de cada um e por entender o que os levou a agir de tal maneira. Se me permitem, Heathcliff me fascina, sendo um dos meus personagens prediletos.
A obra é de tal forma complexa, que não é possível resumi-la de uma maneira na qual não venha a perder o fascínio de sua natureza. “O Morro dos Ventos Uivantes” é um livro que proporciona uma leitura singular, nenhum outro tem uma história como a sua, não sendo mais uma daquelas formulinhas prontas de tragédia grega, que encontramos aos montes em cada livraria.
Ler “O Morro dos Ventos Uivantes” exige certa preparação. Eu já estava acostumada com a linguagem utilizada nos clássicos, então não tive problema. Agora, se você está acostumado com esses livros moderninhos, o caminho será árduo, e provavelmente você não conseguirá compreender a total exuberância da obra na primeira leitura, o que exigirá certa paciência.
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Heathcliff e Catherine: um amor doentio que encanta |
A história do amor doentio e letal entre Catherine e Heathcliff é algo que encanta os leitores de diversas gerações. Apesar do tempo, é uma obra atual, que mostra o ser humano em sua natureza nua e crua, e nos extremos em que uma mente perturbada pela paixão pode chegar para obter sua vingança. É impossível ler esse livro sem que ele nos deixe profundamente marcados. Resumindo, é o meu predileto, sendo simplesmente perfeito e digno de inúmeras releituras. Os escritores e leitores atuais deveriam adotar “O Morro dos Ventos Uivantes” como uma base para determinar se um livro é bom ou não. Acho que ainda é possível aprender muito com Brönte. Isso só traria benefícios, uma vez que haveria menos atentados oculares e mentais por meio dessas coisas mal acabadas e estruturadas que, atualmente, são os chamados ótimos livros.
Para um livro maravilhoso, uma música maravilhosa:
Parabéns pela resenha May! Já li O Morro dos Ventos Uivantes e amei! Sem dúvidas, um dos meus livros favoritos! Beijos!
ResponderExcluir"Até hoje me pergunto como o fato do livro ser citado em “Eclipse” é relevante o suficiente para ser colocado na capa do livro!"
ResponderExcluirHuhuahua, realmente, também fiquei chocada. Levaram meu exemplar 'emprestado' e até hoje nada! E olha que eu nem tinha lido ainda. Bem, nem liguei muito já que o meu é da Lua de Papel. Quem sabe agora não compro a nova edição?
Adorei a forma como a May escreve! Sem papas na língua. :D
Eu também amei o modo como a May escreve! Apesar de gostar de Crepúsculo, eu fico extremamente irritada pelo modo essas adolescentes se comportam! E quando eu vi essa versão da Lua de Papel com esses dizeres na capa eu achei o cúmulo do absurdo! Mas pra mim foi ótimo porque eu finalmente conseguir comprar e ler! =)
ResponderExcluirE confesso que foi uma das melhores leituras que eu já fiz na minha vida! Eu amei cada momento do livro, mesmo ele sendo pesado, com vocabulário pesado, erudito e um pouco arcaico... mas foi uma das leituras mais intensas que eu já fiz. Amei!
Não sei por qual motivo acabei lendo essa resenha, acho que foi mais pela estupefação da dona do blog. Bom! Fala sério! Essa é a tal resenha maravilhosa? Cá entre nós, detesto eclipse e coisas afins, mas jamais detono com obra nenhuma avaliando outra,e aliás, mesmo quando detono, tenho respeito, porque alguns gostam, então, é aquela história "gosto é que nem cú, cada um tem o seu".
ResponderExcluirEm tempo, a tal da May usou a expressão "vingança", mas muito mal
empregada. Mas tudo bem, ela deve ter se deixado levar por outras resenhas ou sinopses, porque o sentimento arraigado na alma de Heathcliff não era saborear vingança, não mesmo. Leia trocentas vezes se precisar, mas vai perceber qual era o contexto daquele proceder ao retroceder à Wuthering Heights.