17/05/2012

Resenha: Nas Trevas e na Luz - Volume II

Livro de Gisele Carmona


Não deixem de conferir também a resenha de Nas Trevas e na Luz - Volume I.
Borda Arredondada sem utilizar imagens
Skoob | Blog da autora
Depois de algumas revelações e reencontros inesperados, Sara procura uma forma de salvar o pequeno Tare, sequestrado junto com outras crianças, e manter Fell longe dos inimigos. O momento do desfecho se aproxima. É hora de definir escolhas, fortalecer laços e, finalmente, ensinar algo importante a todos os envolvidos.

Como dito na resenha do primeiro volume de Nas Trevas e na Luz, a história de Gisele não divide os personagens em apenas dois lados (o do bem e o do mal). Além da turma do Lorde das Trevas e do grupo dos humanos, temos também o pessoal que compõe uma estranha organização, a OGA, que ora parece bem-intencionada, ora parece voltada para o mal. No segundo volume, vemos alguns dos diversos personagens migrando entre os três vértices desse triângulo, formando uma interessante teia de dissidências e reencontros.

Enquanto acontece essa tomada final de posição dos personagens, Sara, a protagonista, não se vê apenas em meio às batalhas na terra devastada, mas também em uma batalha entre a ilusão e a realidade, pois Stella – uma guerreira que venceu o Lorde das Trevas no passado – passa a viver em seus sonhos (algumas “conversas” que elas tiveram lembram os diálogos travados entre os antigos cavaleiros Jedis e Luke Skywalker. “Você tem a força!” rsrs). As muitas revelações surgidas no decorrer do livro aumentam ainda mais a impressão de que a verdade não passa de fantasia.

Lorde das Trevas: um desafio à imaginação
Conforme a história avança, segredos vão sendo desvendados e passamos a entender as verdadeiras motivações, os temores e as mágoas de alguns personagens centrais. As revelações de Zidane, líder da OGA, são capazes de gerar uma série de reflexões no leitor. Torna-se até difícil julgá-lo. Na minha opinião, essa é uma das partes mais inspiradas e profundas do livro. O discurso do personagem, por mais tresloucado que pareça, também remete a um tema relevante e que interessa ao jovem de hoje: a conscientização ecológica. Até que ponto os homens são culpados, direta ou indiretamente, pelas desgraças que acontecem a eles? Até que ponto eles as merecem? A história de Gisele, aliás, é rica em metáforas, através das quais questiona as atitudes humanas, os medos, as fraquezas do espírito...

O segundo volume de Nas Trevas e na Luz é mais repleto de sentimentos que o primeiro. Não se pode negar que a autora conseguiu criar cenas de grande impacto emocional nessa continuação, principalmente nos momentos em que personagens importantes partem. A longa narrativa da batalha final também é um espetáculo à parte, não se limitando ao tradicional embate entre o bem e o mal. Ela vem carregada de dilemas mais complexos e artimanhas psicológicas, envolvendo também os seres elementais.

Não sei se vocês perceberam rsrs, mas, nesta resenha, optei por narrar as impressões que a história passa em vez de focar nos personagens. Não me preocupei em transmitir o que Caio, Lince, Maiden, Sobá, Zidane, Fell, Pablo etc. fizeram ou deixaram de fazer, mas em tentar passar para o leitor a riqueza dessa história, que, apesar de juvenil, tem muito a oferecer. Podemos dizer que este meu texto é uma visão adulta de uma história adolescente. Com esse enfoque, talvez eu ajude os potenciais leitores a enxergarem no livro mais que uma simples aventura em que a luz busca triunfar sobre a treva. Pois é... Repleto de magia e fantasia, os dois volumes de Nas Trevas e na Luz contam uma história que fala de reconciliação e redenção e que traz belas mensagens para seu público-alvo.

Valorizem o escritor brasileiro!
Um grande abraço!

4 comentários:

  1. Puxa! Muito obrigada por suas palavras!
    Pode ter certeza que todas as suas dicas foram muito úteis! :)
    Beijos

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  2. Gostei da resenha, diferente. Você diz que é uma história adolescente, mas sempre desconfio de histórias adolescentes ou infantis, afinal em geral trazem sempre grande substancia, mas nós os "adultos" não chegamos a conhecer, porque julgamos ser mera história para adolescente. Fiquei interessado em ler este livro, ainda mais quando você fala que há no livro, mais a se enxergar que uma simples aventura. Gosto de livros assim, para mim um livro não deve só só uma história, só um passa-tempo e esse livro me parece ser mais que isso. Parabéns pela resenha e a Gisele!

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  3. Olá, Sérgio! Já havia constatado, por meio dos e-mails que trocamos, que, mais do que ter uma escrita perfeita (não é à toa que é autor e revisor!), você é dotado de uma capacidade eloquente impecável. Fiquei completamente envolvida por suas palavras ao longo desta resenha. Louca de vontade para ler ambos os livros. Aliás, quero "Para Sempre Ana" autografado. Precisamos combinar!
    Parabéns à Gisele por ter composto duas obras capazes de, pelo visto, arrancar o fôlego de seus leitores, não apenas pelas aventuras, mas por levá-los à questionamentos, fazê-los pensar, além de se entreterem. É disso que os jovens, de qualquer idade precisam! Esta é a mesma proposta que busquei para o meu livro. Acho que, neste ponto (e talvez outros) tenhamos algo em comum.
    Sérgio, não vejo a hora de você conseguir ler o meu "pequeno" livro e, como já disse, ter a honra de ler uma resenha sua dele. Seria um brinde para mim! Abraços e parabéns pela resenha!

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    Respostas
    1. Oi, Cátia.
      Muito obrigado por sua mensagem, repleta de palavras tão gentis. O livro da Gisele tem mesmo esse potencial. E tenho certeza que BRAHNAC possui as mesmas qualidades. Aliás, deu para ter uma ideia disso através das três cenas do livro que você disponibilizou no Concurso de Desenho. Será um prazer ler a história inteira quando eu tiver oportunidade.
      Bjs e tudo de bom!

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