01/05/2014

Lançada a coletânea E se só me restasse esse dia

Com prefácio de Sergio Carmach


Olá, amigos!

Saiu a coletânea E se só me restasse esse dia, organizada por Cláudio Quirino e Zélia de Oliveira. Deixo aqui meu agradecimento por ter sido convidado para prefaciar a obra.

“PREFÁCIO:

Apesar de ser um romancista e apreciar textos longos, nos últimos dois anos tive gratas oportunidades de travar contato com o mundo dos contos. Depois de ler e resenhar o belíssimo livro Pedaços de Possibilidade, da contista gaúcha Maurem Kayna, tive a alegria de ser convidado para prefaciar o segundo volume da coletânea 15 Contos+, projeto organizado pela escritora Helena Frenzel e, segundo ela, dedicado “aos que ainda buscam a própria voz na arte de contar”. Seguindo nesta oportuna inserção, sou agora brindado – pela editora Zélia Oliveira e pelo autor Cláudio Quirino – com mais uma chance de participar, novamente na qualidade de prefaciador, deste universo mágico das histórias curtas e impactantes.

O presente livro traz uma proposta instigante, estimulando os autores a captarem a atenção dos leitores com um tema tabu, a morte – no caso, atrelada a um atributo que a deixa ainda mais sombria: a iminência. Diante de tal proposição, é praticamente impossível não nos remetermos a Edgar Allan Poe, escritor e poeta americano do século XIX, conhecido pelo público em geral por seus contos sinistros envolvendo as misérias da carne e o seu fim. Mas, apesar de tal ímpeto parecer evidente, quem se debruçar sobre esta coletânea se surpreenderá, pois muitos autores, a despeito do tema, transitaram por estilos diversos do terror e do sobrenatural. Assim, no livro também há drama, romance, histórias de amores perdidos, humor, reflexões, suspense, aventura... Há, enfim, contos de diversas tonalidades para falar da morte batendo à porta.

Embora não seja possível comparar os textos aqui presentes aos de Poe no que se refere ao estilo, podemos trazer um pensamento desse escritor americano para refletir sobre a importância da miríade de possibilidades aberta aos nossos autores pela proposta deste volume. Segundo Poe (parafraseando-o livremente), a arte é inimiga da obviedade. Essa ideia é conveniente para a elaboração de diversas teorias sobre o que seria ou não um texto de qualidade, mas, no caso desta coletânea, serve perfeitamente para valorizarmos a criatividade dos autores que a integram, pois, como já mencionado, eles souberam fugir do óbvio e enveredar por trilhas impensáveis para falar da morte.

Ainda invocando Poe, lembre-se que ele construiu boa parte de sua obra no estilo gótico com o objetivo de contentar o grande público da época. Os textos aqui selecionados foram igualmente elaborados com uma linguagem própria para satisfazer o leitor comum. Eu os li em seu estado cru, sem revisões ou quaisquer alterações feitas por profissionais. Lapidados, cumprirão com louvor o papel de levar prazer ao leitor. Esta coletânea, além de ser uma oportunidade para novos escritores exercitarem sua escrita e criatividade, também é, devido às suas características e à variedade narrativa, um instrumento para o leitor desenvolver o gosto pela leitura, o senso crítico e a percepção estética.

Sergio Carmach”

Sucesso a todos os autores que participaram da coletânea!
Valorizem o escritor brasileiro!
Um grande abraço!

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