19/04/2011

Refletindo sobre o texto de Saramago

Reflexões sobre a cegueira

Atenção: contém informações que alguns leitores podem considerar como spoilers.

A cegueira causada pela ausência de "percepção filosófica" está arraigada no cotidiano terreno de todos os membros ditos normais da sociedade, tendo sido isso muito bem demonstrado em Ensaio sobre a Cegueira. O texto do livro compõe uma espécie de parábola, que, como convém a esse tipo de literatura, é dissertado através de metáforas e simbolismos.

É interessante observar que parte da sinopse da estória de Saramago pode ser vista como um dos aspectos da evolução cultural de uma sociedade. Então, vejamos: um homem é acometido por uma luz inexplicável que obstrui sua visão. A cegueira radiante passa a contagiar os que
Seres humanos: imitadores cegos do que dita a cultura?
miram seu olhar, fazendo cada contaminado adquirir igual poder. Em pouco tempo, todos estão cegos pela mesma treva branca, sendo obrigados a agir, ainda que a contragosto, de acordo com as limitações impostas por ela. Essa síntese pode ser facilmente associada à seguinte: um grupo primitivo entrega-se a costumes e ritos cegos, que suprem a angústia ocasionada pela ignorância. A cegueira providencial rapidamente se consolida entre todos os membros, perpetuando-se na forma de tradições coercitivas. Desta forma, o senso coletivo e irracional impede o desenvolvimento do pensamento. Tem-se aí a cegueira de caráter mais amplo, a cultural.

08/04/2011

Resenha: Luta nas Classes

"E o salário, ó!"


Sabe aquelas situações forçosamente enfadonhas, em que 15 minutos parecem 2 horas? Isso acontece quando se está no metrô indo para o trabalho, ou naquela fila interminável do banco... Pois é. Essa é a hora de sacar o Luta nas Classes. Assim, em vez de ficar pensando como será insuportável o dia no escritório ou de que maneiras se poderia esfolar o gerente de sua agência, que não coloca caixas suficientes à disposição dos clientes, você irá desanuviar a mente com um texto agradável. “Agradável? Um livro marxista?”, devem estar pensando alguns leitores. Mas calma aí! Não estou falando da luta de classes, e sim do livro de Bernardo Jablonski (isso mesmo! O organizador do livro do Fernando Caruso) e Ronald Fucs, Luta nas Classes – 1.001 Maneiras de Detonar Seu Professor (nova edição: revista, aumentada e piorada) (Ed. Caravansarai), um texto bem bobo. “Bobo?” Sim, isso mesmo, mas não idiotamente bobo. Até para dizer bobeiras é preciso talento (as figuraças do Casseta & Planeta que o digam). Eu diria, então, que o livro é divertidamente bobo. Os autores têm mais de três décadas de experiência como professores e sabem satirizar como ninguém o universo escolar e acadêmico, do Ensino Fundamental à Pós-Graduação.

06/04/2011

Entrevista com Sergio Carmach

A primeira entrevista


Clique no banner para ler toda a entrevista
Trecho: "Discordo do senso comum e defendo que o sentimento pode (e deve!) brotar do pragmatismo e da racionalidade. Veja o exemplo do músico. Antes de compor, ele sabe que sua canção não pode passar de tantos minutos (caso contrário, as rádios não tocarão), que a passagem de um tom maior para um tom menor provoca uma sensação de melancolia no ouvinte, que determinada harmonia é mais adequada a certo estilo musical etc. Com base nesses elementos racionais, ele produz sua obra emotiva. Se você, como autor, consegue escrever ao léu e, ao final, ter um texto maravilhoso em todos os sentidos, considero-o um gênio. Pelo menos para mim, a emoção não é nada sem planejamento e técnica. E, Anne, a técnica está passando longe de muitos aspirantes a escritor, começando pelo quesito “Português”. Eu tenho lido amostras de livros terríveis por aí. Acho incrível a quantidade de gente que escreve sem ter noções mínimas de pontuação, regência, construção frasal, coesão textual e por aí vai. Isso é o mesmo que eu querer ser piloto de F1 sem saber nada de mecânica e direção."

05/04/2011

Uma nova maneira de postar

Cala a boca e escuta


Interessante a ideia da Jéssica Helena. Ela segue uma tendência mais intelectualizada e, julgando que suas postagens escritas não estavam sendo muito lidas, partiu para uma maneira alternativa e, segundo ela, mais eficaz de (literalmente) falar com seu público: o VLOG. Bem, vou parar por aqui e obedecer ao que diz o título da página onde se encontram os vídeos com as mensagens orais da Jéssica: Cala a boca e escuta. Vejam lá (e escutem)! Abraços.
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