01/12/2011

Resenha: Impacto Fulminante

Livro de Valentine Cirano


Uma ordem secreta da antiga Babilônia ainda poderia espalhar medo ou terror aos habitantes da Terra? Os membros remanescentes dessa ordem poderiam resgatar os poderes do antigo deus babilônico e, assim, levar pânico e destruição aos quatro cantos do planeta? O assassinato brutal do artista plástico Gregory Andersen leva Richard Brown e Suzan Antonelli, historiadores britânicos convocados pela polícia de Londres, a identificar o significado de estranhos caracteres e pistas deixados pela vítima, pintados com seu próprio sangue numa toalha segundos antes de sua morte. As marcas deixadas por Gregory e um estranho quadro por ele pintado levam Richard e Suzan a uma aventura frenética em busca do legendário tesouro de Dario, portador dos terríveis poderes das trevas dos deuses pagãos. Perseguições implacáveis, conduzidas por um assassino cruel e sanguinário, fazem com que a aventura se torne um jogo mortal, onde Suzan e Richard precisam lutar pela própria sobrevivência. Os membros da ordem secreta buscam desesperadamente resgatar os poderes ocultos para a conquista planetária, criando um exército imbatível, capaz de fazer com que todas as forças terrenas se curvem diante dos poderes das trevas. Seria possível impedir essa catástrofe que dizimaria os habitantes do planeta?

Valentine Cirano
Já vi muitas resenhas apontando semelhanças entre Impacto Fulminante e os livros de Dan Brown, mas talvez fosse melhor compará-lo às tramas de James Rollins ou James Redfield. Basta ler um trecho da sinopse de O Mapa dos Ossos, de autoria do primeiro: “a equipe de Gray Pierce se depara com um segredo sagrado há muito perdido e que colocará as chaves do mundo na mão do seu descobridor. É impossível largar esse romance enquanto não terminar a corrida contra o tempo para salvar o planeta de uma fraternidade tão antiga e secreta quanto mortal”. Mas, independentemente da abordagem de Impacto Fulminante já ter sido explorada antes ou não, esse é o tipo de literatura que sempre agradará aos amantes de enredos repletos de enigmas, assassinatos e antigas congregações, invariavelmente compostas de alucinados dispostos a dominar o mundo.

Falando do casal de protagonistas ingleses criado por Valentine, confesso que não simpatizei com Suzan, nem com Richard. A moça, obcecada em descobrir o tesouro perdido e na ânsia de fazer justiça contra o assassino Icestone, provoca indiretamente a morte de um mundo de gente. E mesmo consciente disso, prossegue, deixando um rastro de sangue cada vez maior por trás de sua investigação, que passa pelos Estados Unidos, Brasil e Europa. Depois de ser interrogada por Suzan e Richard, uma velhinha “deixa a ficha cair” e indaga: “Por que vieram até minha casa e agora fazem uma pobre senhora passar por perigo de morte?” E a inglesa responde com uma pergunta no mínimo cínica: “Se disséssemos tudo, a senhora teria nos ajudado?” (me deu uma raiva!!!) Em outro momento, Icestone degola sua vítima diante de Suzan, que, mesmo sendo culpada de certa forma pelo ocorrido, preocupa-se apenas em sair dali e correr para o local onde imagina estar o tesouro de Dario. Nem ao menos pensou em telefonar para a família da falecida. Por isso e outras cositas, terminei o livro considerando Suzan uma grande egoísta (usando o adjetivo mais suave que consegui pensar). Richard, por sua vez, mostrou ser de temperamento fraco, sempre acatando as vontades da noiva. Mas esses e outros detalhes negativos não atrapalham o bom desenrolar da estória, cujo ritmo ágil deixa o leitor sempre ligado e curioso com o que vem pela frente.

Gostou desse? Então, irá gostar de "Impacto"
Os pontos positivos do livro são muito mais numerosos que os negativos. Interessantíssima a utilização por Valentine de elementos reais e de uma figura não-fictícia – o pintor holandês Frans Janszoon Post (1612 - 1680) – como motes para o enredo. Grande sacada! O livro também é rico em descrições históricas detalhadas (acredito que verídicas), o que torna a leitura ainda mais interessante. O ritmo investigativo frenético da protagonista, sempre seguida de perto por Icestone, deixa a estória muito vibrante e tensa (o assassino, aliás, é uma figura tenebrosa e enigmática. Um show à parte!). O leitor pensa: “por hoje, vou parar a leitura depois que Suzan e Richard conversarem com Fulano ou depois que eles forem a tal lugar”; mas acaba seguindo adiante, pois Valentine sabe explorar, com talento e a favor do livro, um instinto humano bem conhecido, chamado “curiosidade”. Talvez a Luzia matasse a charada antes da revelação (ela é bem mais esperta que eu nesses assuntos), mas as identidades do mestre da ordem e de um assecla não me pareceram nada evidentes. E isso me deixou feliz, pois é lamentável chegar ao fim de um livro sem ser surpreendido. Ou, pior, sendo surpreendido pelo óbvio.

Para finalizar, eu diria apenas: vale muito a pena ler!

Valorize o escritor brasileiro!
Um grande abraço!

4 comentários:

  1. O começo de sua resenha me preocupou, kkkk, pois realmente acho Dan Brown muito fraco, e não gosto dos seus livros. Não que historias de suspense e caçadas não me atraem, mas acho que os argumentos das suas obras são fracos demais (só enganam que nunca estudou teologia).

    Mesmo assim, estou ansiosa pra ler o livro da Valentine^^

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  2. Existem livros que deveriam vir com a advertência: não comece a ler se não puder terminar... A sua resenha me deixou muito curiosa. Será que é um desses? Vou ter que ler para saber...

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  3. Se lembra Dan Brown ou não, vou ler esse livro. Adoro livros de aventura e com terroristas fanáticos.

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  4. Hummmmm, eu gosto de livros em que o assassino fica à espreita, aguardando ansioso o momento de um novo ataque, mas confesso que a sua descrição da personagem me deixou com raiva dela também (hahahahahahahahahhahahaha).
    Vou tentar não pensar nisso quando começar a ler a obra ;)
    Beijos

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